Em 18 de julho, ocorre o primeiro concerto da então Orquestra Sinfônica Estadual, atual Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp —, sob a direção do maestro Souza Lima, no Teatro Cultura Artística. O evento contou com a participação do pianista ucraniano Alexander Brailowsky como convidado.

A criação oficial da Orquestra Sinfônica Estadual acontece através da promulgação da Lei nº 2.733 de 13 de setembro de 1954 pelo então governador do estado, Dr. Lucas Nogueira Garcez. A oficialização da Orquestra coincide com o quarto centenário de fundação da cidade de São Paulo. Contudo, a Orquestra realizaria apenas concertos esporádicos entre 1954 e 1963.

O maestro napolitano Bruno Roccella encabeça um movimento de retomada das atividades da Orquestra Sinfônica Estadual, desativada desde sua oficialização. Em 3 de julho, tem início os ensaios do grupo, que se apresenta pela primeira vez no dia 22 daquele mês.

Em janeiro, é comunicada aos músicos a interrupção de suas atividades, depois do conjunto ter realizado cerca de 60 apresentações entre julho de 1964 e novembro de 1967.

Após um silencioso hiato, o governador Laudo Natel assina o Decreto nº 1.326 de 22 de março de 1973, que permite a reativação da Orquestra, que passa a ser liderada pelo grande maestro brasileiro Eleazar de Carvalho. Regente principal da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB) de 1953 a 1968, Eleazar tinha um currículo inigualável entre os brasileiros e, à época, encontrava-se nos Estados Unidos. Havia sucedido o lendário Serge Koussevitzky como professor de regência no Festival de Tanglewood, de 1951 a 1965, e dirigido a Orquestra Sinfônica de St. Louis, entre 1963 e 1968. Em 1972, assumira como regente principal da Pro Arte Symphony Orchestra, no estado de Nova York, depois de já ter regido as principais orquestras do mundo, como as filarmônicas de Berlim, Londres, Los Angeles e Nova York, e as sinfônicas de Boston e Chicago. No primeiro concerto sob a batuta de Eleazar e com participação do Coral Paulistano, a Sinfônica Estadual apresenta o oratório A Infância de Cristo, de Hector Berlioz.

A Orquestra inicia um momento particularmente frutífero sob a liderança de Eleazar de Carvalho. Tendo o Teatro Cultura Artística como sede provisória, a Sinfônica Estadual passa a organizar temporadas com programação planejada antecipadamente e promove intensa agenda de concertos no interior do estado.

A Orquestra Sinfônica Estadual é renomeada Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo — Osesp — através do Decreto nº 11.557 de 12 de maio de 1978. Nesse mesmo ano, a Osesp faz sua primeira turnê pelo Brasil, inaugurando um período de estabilidade que duraria até 1985, ano em que deixaram o Teatro Cultura Artística.

A Osesp passa a ensaiar no antigo cinema do edifício Copan, chamado Sala Copan-Cultura. Naquele espaço, ela viveria um de seus mais desafiadores capítulos.

Em outubro, é criada a Associação dos Profissionais da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Aposesp), que desempenhará papel-chave na reestruturação da Osesp, principalmente depois da morte de Eleazar de Carvalho, em 1996.

Em mais um capítulo de sua árdua jornada por uma casa própria e adequada para a música sinfônica, a Osesp é transferida para o Auditório Simón Bolívar, no recém-inaugurado Memorial da América Latina.

Com a morte de Eleazar de Carvalho, em 12 setembro, encerra-se o período de 23 anos durante o qual o regente esteve à frente da Osesp. Eleazar contribuiu de modo crucial para a estabilização e consolidação da Orquestra enquanto instituição musical de referência na cidade de São Paulo e no Brasil, deixando esboçado um projeto de reformulação da instituição.

Apesar das instabilidades e graças ao empenho do governador Mário Covas e de sua equipe, é realizada a escolha do maestro que lideraria a Osesp em sua nessa nova fase.

O brasileiro John Neschling é contratado em 1º de março como consultor artístico a fim de liderar o projeto de reestruturação da Osesp. Junto de seu diretor artístico adjunto, Roberto Minczuk, Neschling batalha pela construção da Sala São Paulo, pela melhoria das condições de trabalho dos músicos da Orquestra e pela ampliação do grupo, abrindo concursos no Brasil e no exterior para a contratação de novos instrumentistas.

Já nesse ano, nasce a Criadores do Brasil, futura Editora da Osesp. Publicando edições inéditas ou revisadas de obras de compositores brasileiros e arranjos de música popular brasileira, a Editora da Osesp conta atualmente em seu catálogo com mais de duzentos títulos de mais de 60 compositores e compositoras.

O recém-reformado Theatro São Pedro torna-se a sede provisória da Osesp, que aguarda então a conclusão das obras da Sala São Paulo.

A Sala São Paulo é oficialmente inaugurada em 21 de abril de 1999. Em 9 de julho, acontece o grande concerto de estreia da Sala, no qual a Osesp, sob a regência de John Neschling, apresenta a Sinfonia nº 2 em Dó menor — Ressurreição, de Gustav Mahler. Entre as inúmeras autoridades presentes na plateia, estão o então governador Mario Covas e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, quem mais tarde se tornaria o presidente da Fundação Osesp — hoje, seu Presidente de Honra.

O Coro Sinfônico do Estado de São Paulo, criado em 1994, pelo maestro e compositor Aylton Escobar, é incorporado pela Osesp e passa a se chamar Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo ou, simplesmente, Coro da Osesp. Paralelamente, um Coro Infantil, composto por meninos e meninas de 8 a 15 anos de idade, é criado.

Em setembro e outubro, a Osesp realiza sua primeira turnê internacional. Regida por John Neschling e por Roberto Minczuk, o grupo se apresenta em Lima, no Peru, e em quatro cidades argentinas, estreando, em 30 de setembro, no histórico Teatro Colón, em Buenos Aires.

O ano se encerra com um acordo firmado entre o selo sueco BIS e a Osesp para a gravação e comercialização dos primeiros álbuns da Orquestra, que interpretaria, quase exclusivamente, música brasileira. A colaboração resultaria no lançamento de 19 discos em cinco anos.

Tem início os Programas Educacionais da Osesp, visando promover a integração entre a Orquestra e a comunidade. Uma das primeiras ações foram as palestras de músicos da Osesp em escolas.

Em Oslo, na Noruega, a Sala São Paulo recebe o Prix d’Excellence da FIABCI — International Real Estate Federation, como o melhor projeto de uso público do mundo.

Em sua primeira turnê pelos Estados Unidos, a Osesp realiza 20 apresentações em 18 cidades americanas. Regido por John Neschling e Roberto Minczuk, o grupo conta com a participação dos violonistas Odair e Sérgio Assad, o Duo Assad, e também da Banda Mantiqueira, em Costa Mesa e Ann Arbor. No concerto no Avery Fisher Hall, no Lincoln Center, em Nova York, o mais aguardado da turnê, a Orquestra é ovacionada pela plateia.

A celebração dos 50 anos de criação da Osesp é marcada pela primeira grande turnê pelo Brasil depois da reestruturação. Em 24 dias, a Orquestra apresentou três programas distintos em 14 capitais brasileiras. Nos concertos de encerramento da turnê, nos dias 13 e 14 de novembro, a Osesp lotaria o Theatro Municipal do Rio de Janeiro para uma apresentação da Sinfonia nº 9 em Ré maior, de Gustav Mahler.

Também nesse ano é criado o Coro Juvenil, composto por adolescentes e jovens de 14 a 17 anos.

A Fundação Osesp é criada, tendo o ex-presidente da república Fernando Henrique Cardoso como presidente do Conselho de Administração. Implementando novos e sólidos padrões de gestão, a Fundação se tornaria referência no meio cultural brasileiro. Dentre seus instituidores, além de Fernando Henrique, estão Alberto Dines, Carlos Rauscher, Horácio Lafer Piva, John Neschling, José Ermirio de Moraes Neto, Luiz Schwarcz, Marcelo Lopes, Pedro Malan, Pedro Moreira Salles, Pérsio Arida e Rubens Barbosa.

O programa Descubra a Orquestra, voltado para a formação de público e para a promoção de atividades na Sala São Paulo, é lançado com grande sucesso. Através dele, estudantes da rede de ensino e de projetos socioculturais têm a possibilidade de frequentar ensaios abertos e concertos didáticos. O programa prevê ainda um trabalho de formação de professores por meio de oficinas, cursos preparatórios e disponibilização de recursos de ensino. Desde então, o Descubra a Orquestra já atendeu a mais de 900 mil crianças e jovens e capacitou cerca de 12 mil professores.

A Academia de Música da Osesp é instituída com a finalidade de qualificar jovens músicos para a atuação em orquestra, e a Sala São Paulo passa a oferecer um programa de visitas monitoradas abordando suas questões históricas, arquitetônicas e musicais. Tem início também os Matinais na Sala São Paulo, série de concertos gratuitos nas manhãs de domingo.

A Osesp embarca em turnê europeia concebida em celebração aos 10 anos de John Neschling à frente do conjunto. Na Europa, a Osesp realiza 16 apresentações em oito países diferentes, tocando em algumas das mais importantes salas de concerto do mundo, como o Palau de la Música Catalana, em Barcelona, a Tonhalle, em Zurique, a Philharmonie, em Colônia, o Théâtre du Châtelet, em Paris, e a lendária Grande Sala do Musikverein de Viena.

A gravação da Osesp, sob a regência de John Neschling, do CD Beethoven: Abertura a Consagração da Casa e Sinfonia nº 6 em Fá maior (Biscoito Fino, 2007) leva o prestigioso Grammy Latino de Melhor Álbum de Música Clássica.

Tem início o projeto Osesp Itinerante, com a realização de concertos, oficinas e cursos de apreciação musical gratuitos pelo interior do estado de São Paulo. Após mais de 325 apresentações, o projeto tornou-se modelo em termos de difusão e de democratização da música sinfônica.

Em matéria de dezembro da revista especializada Gramophone, a Orquestra é apontada como um dos três grupos orquestrais de maior ascensão no cenário internacional.

Em 31 de dezembro de 2008 e em 1º de janeiro de 2009, a Osesp se apresenta sob a batuta de John Neschling em um programa de ano novo variado e festivo, seguindo uma prática de grandes orquestras internacionais. A primeira récita é gravada pela TV franco-alemã Arte e a segunda récita é transmitida, pelo mesmo canal, para 14 países europeus e, pela TV Cultura, para o Brasil. Os concertos contaram com as participações da cantora Mônica Salmaso e da Banda Mantiqueira, liderada pelo saxofonista e clarinetista Nailor Proveta.

O maestro francês Yan Pascal Tortelier é nomeado o novo regente titular da Osesp e Arthur Nestrovski seu novo diretor artístico. Sob a regência de Tortelier, a Osesp realiza sua terceira turnê europeia, apresentando-se em 12 concertos pela Alemanha, Áustria, Croácia, Eslovênia, Espanha e Polônia.

É realizada a primeira transmissão ao vivo pela internet de um concerto sinfônico da Osesp. Sob a regência de Marin Alsop, foram interpretados a Sinfonia nº 5 em Si bemol maior de Serguei Prokofiev e o Concerto para violino em Ré maior de Erich Korngold, com Renaud Capuçon como solista.

A norte-americana Marin Alsop assume como a nova regente titular da Osesp, tendo Celso Antunes como regente associado de 2012 a 2016. Já em agosto, Marin lidera o grupo em sua quarta turnê pela Europa, uma das mais expressivas até então. O primeiro concerto da turnê, em 15 de agosto de 2012, fez história com a estreia da Orquestra no BBC Proms, um dos mais importantes festivais de música clássica do mundo, em apresentação para aproximadamente seis mil pessoas no Royal Albert Hall, em Londres. Após passagem por Aldeburgh, na Inglaterra, o grupo participou ainda de um dos maiores festivais de música da Alemanha, o Rheingau Musik Festival, e encerrou a turnê no Concertgebouw, em Amsterdã, o histórico teatro conhecido por possuir uma das mais perfeitas acústicas do mundo.

Em sequência à sua passagem pela Europa, a Osesp é apontada pelo The Guardian e pela BBC Radio 3 como uma das orquestras de ponta no circuito internacional e é destaque em matéria do jornal The Times e, mais uma vez, na revista especializada Gramophone.

São lançados dois formidáveis projetos fonográficos em parceria com o selo Naxos: o da gravação da integral das sinfonias de Serguei Prokofiev, sob a batuta de Marin Alsop, e o da gravação da integral das sinfonias de Heitor Villa-Lobos, sob a regência de Isaac Karabtchevsky — projeto que, em 2018, recebeu o Grande Prêmio da Revista Concerto.

Em 2013, Marin Alsop se torna também diretora musical da Osesp e conduz o grupo em sua quinta turnê pela Europa, com apresentações em 13 cidades de seis países diferentes — Alemanha, Áustria, França, Inglaterra, Irlanda e Suíça. Tendo Nelson Freire como solista convidado e contando com uma participação especial do grupo vocal Swingle Singers, a Osesp estreou em salas históricas, como a Salle Pleyel, em Paris, o Royal Festival Hall, em Londres, e a Philharmonie de Berlim. Em resposta à turnê, a revista especializada Diapason referiu-se à Orquestra como a “glória sinfônica da América Latina”.

A Academia de Música da Osesp expande sua área de atuação, criando o Coro Acadêmico. Também é lançado o Selo Digital, através do qual diversos álbuns do grupo passam a ser disponibilizados para download gratuito.

Como parte das comemorações de seus 60 anos, a Osesp realizou nova turnê brasileira, apresentando-se, sob a regência de Marin Alsop, em cinco capitais: Salvador, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. O primeiro número da Revista Osesp é publicado.

Tem início os projetos Osesp Masp, de música de câmara, e SP-LX — Nova Música Contemporânea de Brasil e Portugal, em parceria com a Fundação Gulbenkian, voltado para a encomenda e estreia de um repertório sinfônico inédito. Entre os compositores convidados do projeto estão os brasileiros Aylton Escobar, Celso Loureiro Chaves, João Guilherme Ripper e Marlos Nobre, e os portugueses Andreia Pinto-Correia, Luís Tinoco, Nuno da Rocha e Vasco Mendonça.

Em agosto, a Osesp participa de três dos maiores festivais de verão europeus: o Festival Internacional de Edimburgo, na Escócia, o Festival de Verão de Lucerna, na Suíça, e novamente o BBC Proms, na Inglaterra. A pianista venezuelana Gabriela Montero foi a solista convidada da Osesp, que contou ainda com a participação de 17 músicos da Brasil Jazz Sinfônica em seu concerto no Late Night Prom.

A Academia de Música da Osesp abre o curso de regência.

A Osesp passa a implementar recursos de acessibilidade para pessoas com deficiência visual e auditiva em alguns de seus concertos.

A Osesp inicia a gravação de uma série de álbuns dedicados à música brasileira para o projeto Brasil em Concerto, do Ministério das Relações Exteriores em parceria com o selo Naxos e com as filarmônicas de Goiás e de Minas Gerais. Essas gravações se somam aos mais de 120 títulos lançados pela Osesp até 2024.

Em fevereiro, a Osesp realiza uma turnê pela China, fazendo história ao se tornar a primeira orquestra profissional latino-americana a excursionar pelo país. Sob a regência de Marin Alsop e tendo o violinista chinês Ning Feng como solista convidado, o grupo se apresentou em Xangai, Jinan, Pequim e Hong Kong.

No concerto de encerramento da temporada e de despedida de Marin Alsop, a Osesp estreia o projeto Todos Juntos — Uma Ode Global à Alegria, uma parceria com o Carnegie Hall. Na ocasião, é apresentada a famosíssima Nona Sinfonia de Beethoven ineditamente cantada em português, em tradução de Arthur Nestrovski.

O maestro suíço Thierry Fischer assume como diretor musical e regente titular da Osesp. Marin Alsop torna-se regente de honra. Em meio à pandemia, a Osesp passa a realizar transmissões ao vivo pelo YouTube de concertos sinfônicos, corais e de câmara. De 1º de agosto a 18 de dezembro, quase 30 concertos e lives educativas são oferecidos ao público como pequenos gestos musicais de esperança e alento em meio a um cenário de dor, desafios e incertezas.

A Osesp estreia no mítico Carnegie Hall, em 14 e 15 de outubro, apresentando, sob a batuta de Marin Alsop, regente de honra da Osesp, um repertório de obras variadas e o espetáculo Floresta Villa-Lobos, que combina 75 minutos ininterruptos de música brasileira com a projeção de um vídeo imersivo retratando as riquezas da flora e da fauna do país, criado pelo artista multimídia Marcello Dantas.

Ampliando sua tarefa de registro, expansão e difusão da música brasileira e latino-americana e valorizando sua vocação para transformar a cena musical, a Osesp lança a primeira edição do Concurso Compositoras Latino-Americanas, cujo concerto de premiação ocorreu no dia 22 de fevereiro de 2024.

A Academia de Música da Osesp cria o curso de redação e crítica musical.

As comemorações incluem concertos em grandes festivais de verão europeus, uma turnê na China e a gravação de um álbum com obras inéditas encomendadas a Andrew Norman, Clarice Assad, Esteban Benzecry, Felipe Lara, Heinz Holliger e Unsuk Chin, e as peças vencedoras do Concurso Compositoras Latino-Americanas, Imagen-Tiempo, de Eva García Fernandez, e Pampeana, de Stephanie Macchi.